Defesa de Anderson Torres vai protocolar comprovante de voo em processo no STF

22 horas atrás 2

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai juntar ao processo sobre a trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal) documentos da companhia aérea Gol que comprovariam a afirmação de que sua passagem para os Estados Unidos dias antes do 8 de janeiro foi comprada com antecedência e dentro de um planejamento de férias.

Nas alegações finais no processo central da trama golpista, a PGR (Procuradoria-Geral da República) disse ter identificado possível falsidade do documento apresentado pela defesa, de que Torres teria programado a viagem ainda em novembro.

O documento que será anexado traz no campo "data de emissão do bilhete" a data de 21 de novembro de 2022. Segundo o itinerário disponível para Torres e seus familiares, o voo de ida sairia de Brasília às 23h50 de 6 de janeiro, chegando a Orlando, na Flórida, às 6h do dia seguinte. A volta seria 21 de janeiro às 21h10 e o pouso em Brasília, às 7h do dia 22. Com taxas, o valor total foi de R$ 11.246,75, parcelado em duas vezes no cartão de crédito.

Torres também apresentou reserva oficial de aluguel de veículo junto à empresa Sixt Rent a Car, com retirada marcada para 6 de janeiro, às 10h, no aeroporto internacional de Orlando, segundo a peça, assinada pelos advogados Eumar Novacki, Raphael Vianna de Menezes e Mariana Kneip de A. Macedo.

Nas alegações que serão protocoladas, a defesa ressalta que o localizador usado pela Gol para a viagem "pode ter sido reutilizado pelo sistema da companhia aérea após determinado período". "Essa reciclagem automática é comum no setor aéreo e pode gerar inconsistência na busca atual, sem, contudo, comprometer a autenticidade e validade da emissão original", indica.

"Dessa forma, resta plenamente comprovado, por documentação oficial, que: a passagem foi efetivamente emitida; o bilhete foi pago e faturado, com registro na plataforma BSP/IATA, e a viagem de Anderson Gustavo Torres e seus familiares efetivamente ocorreu, não havendo qualquer falsidade nas informações prestadas pelo réu", diz a peça.

Anderson Torres, réu no inquérito da trama golpista, foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro e era secretário da Segurança Pública do Distrito Federal à época dos ataques de 8 de janeiro.

A suspeita a respeito da viagem dele foi apresentada nas alegações finais do principal processo, enviadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (14). A PGR afirmou que a defesa de Torres só tinha juntado no processo um print da passagem, "sem apresentar o comprovante da compra ou o bilhete aéreo de forma autônoma".

"Em relação a Anderson Torres, ficou muito claro que o que eles [PGR] queriam era desviar atenção das provas que estavam no processo. Tentaram confundir a opinião pública e os ministros do Supremo", afirma Novacki.

Procurada, a PGR informou que se manifestará nos autos.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

Read Entire Article