Galípolo faz reunião com Vorcaro, do Master, para acelerar análise da operação com BRB

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu neste sábado (19) com o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do banco Master. As reuniões fazem parte das tratativas para a análise final do BC da operação de compra do Master pelo BRB (Banco de Brasília).

Pessoas a par do encontro disseram à Folha que Vorcaro e o CEO do Master, Augusto Ferreira Lima, estão sanando dúvidas sobre a nova documentação entregue recentemente ao BC.

Novas reuniões vão acontecer na segunda e terça-feira para acelerar o processo de análise dos documentos entregues, o que deve levar mais uma semana. O diretor de Fiscalização do BC, Ailton De Aquino Santos, também participou da reunião, que aconteceu na sede da instituição.

A expectativa do Master é que o chamado perímetro (os ativos que farão parte do negócio com o BRB) final seja definido após a aprovação pelo BC, já que terá como base o último balanço do banco.

Como antecipou a Folha, a fatia que o estatal BRB vai adquirir do Master deve sofrer uma nova redução. De acordo com informações de pessoas próximas que participam das negociações no Banco Central, o perímetro da operação de aquisição do banco de Daniel Vorcaro será menor do que o informado anteriormente.

Na prática, o perímetro da operação define o tamanho do Master que o BRB pretende comprar. Uma das razões que está sendo apontada para a diminuição do perímetro são problemas de documentação que foram encontrados em vários ativos e passivos do banco privado.

Os ativos cuja documentação não seja satisfatória deverão ser retirados do perímetro.

No início de maio, quando o BRB protocolou a documentação com um nova proposta do negócio ao BC, fez uma primeira redução do perímetro. O conjunto de ativos remanescentes que não seriam adquiridos pelo banco estatal ficou conhecido como "bad bank" (banco ruim), enquanto a parte a ser adquirida foi chamada de "good bank" (banco bom).

O valor dos ativos excluídos do perímetro foi recalculado, na época, e aumentou de R$ 23 bilhões para R$ 33 bilhões. Foram retirados ativos de maior risco e menor liquidez, como precatórios, mas também algumas operações de crédito do Master.

No último dia 14, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu processo administrativo para investigar a cúpula com foco na elaboração das demonstrações financeiras do ano de 2024 e na convocação de assembleias gerais ordinárias "não tempestivas" (fora do prazo legal).

A comissão não dá detalhes sobre o processo, que é do tipo sancionador, o que significa que já há acusações formuladas contra os investigados. São acusados todos os diretores e integrantes do conselho de administração do banco.

Em comunicado ao mercado, o BRB informou depois aos seus acionistas, investidores e ao mercado que recebeu na última semana notificação da CVM referente à instauração de processo administrativo relacionado ao atraso de sete dias úteis na divulgação das demonstrações financeiras relativas ao ano de 2024 e da convocação das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária. Segundo o BRB, todos os documentos estão no site da CVM.

A abertura do processo da CVM pelo atraso de sete dias foi vista com estranheza pelo BRB e o Master nessa fase final de análise da operação pelo BC.

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