Big techs defenderam 'Pix para todos' em reunião, diz Alckmin

18 horas atrás 2

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, se reuniu nesta segunda-feira (21) com representantes de big techs como Meta, Google e Apple, como parte das discussões comerciais após o anúncio do tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre produtos vindos do Brasil.

Na conversa, segundo Alckmin, o setor tecnológico defendeu a ideia de que o Pix possa ser usado por todos, inclusive pelas empresas, permitindo que ofereçam o serviço em suas plataformas.

"O Pix facilitou enormemente a vida das pessoas e nada impede que [nesta] forma de pagamento outras empresas também participem. Elas falaram que defendem o chamado Pix para todos", disse Alckmin.

"O que é importante é que tem que ser de graça. O Pix é um sucesso porque você não paga, ele é rápido, é um sucesso, aliás, um exemplo para o mundo", defendeu ele.

Na investigação comercial aberta pelo governo de Donald Trump contra o Brasil, o Pix virou alvo como uma possível prática desleal do país em relação a serviços de pagamentos eletrônicos.

Antes do lançamento do Pix, em 2020, o Banco Central retardou o aval ao WhatsApp Pay, uma funcionalidade do aplicativo de conversas que permite enviar e receber dinheiro entre usuários diretamente pelo app, inicialmente operado pela empresa de maquininhas Cielo.

Quando a autorização veio, o Pix já havia tido enorme sucesso, o que causou descontentamento à Meta, que havia investido pesado na sua funcionalidade de pagamento instantâneo.

Desde o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 50% aos produtos brasileiros, o vice-presidente, que também chefia o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, vem se reunindo com representantes dos setores afetados.

Alckmin informou que o Brasil está em diálogo com os EUA sobre o tema, que vem sendo tratado apenas por vias institucionais.

Após encontros com líderes da indústria, agronegócio e mineração, agora foi a vez do setor tecnológico.

Além dos representantes de grupos como a Meta —responsável por Facebook, WhatsApp e Instagram— Alckmin também se reuniu ao longo desta segunda com membros da Inta (Comissão do Comércio Internacional) do Parlamento Europeu e com o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), Claudio Bier.

A reunião desta segunda ocorre dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar, durante evento em Goiânia na última quinta (17), que o Brasil iria cobrar impostos de empresas de tecnologia americanas, em meio ao embate com o governo americano.

De acordo com Alckmin, o assunto das taxações não foi tratado com as empresas.

Como a Folha mostrou, o governo tem planos de taxação de big techs ao menos desde o ano passado. O assunto voltou à tona desde que o governo Trump passou a impor tarifas a produtos brasileiros como o aço.

Durante o período de reuniões, o governo enviou uma carta manifestando indignação e cobrando resposta dos EUA acerca da sobretaxa anunciada pelo país. O documento foi assinado por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Enviado na terça-feira (15), o documento cobrava um retorno após uma primeira carta enviada ainda no dia 16 de maio —antes da medida de Trump.

A postura dos setores até o momento vem alinhada à ideia de que o Brasil não deve responder à retaliação americana na mesma moeda, para não prejudicar ainda mais a economia brasileira, bem como para que as medidas não sejam interpretadas como disputa.

Alckmin está no comando da presidência durante a visita de Estado de Lula ao Chile, para um encontro com líderes latino-americanos sobre democracia.

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