O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Paulo Bilynskyj (PL-SP), convocou reunião para a próxima terça-feira (22) para votar uma moção de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ter dito que o Congresso está em recesso.
A comissão comandada por Bilynskyj é formada em sua maioria por apoiadores do ex-presidente, o que significa que a moção passará com facilidade.
Na tarde desta sexta-feira (18), Alcolumbre emitiu nota afirmando que o recesso parlamentar de julho está mantido. "Durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões", indica o comunicado.
Questionado sobre se cancelaria a reunião após a nota de Alcolumbre, Bilynskyj negou. "Alcolumbre é presidente do Senado, sou presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara", diz. "Isso aí é problema dele. Se ele não vai permitir que faça a reunião no Senado, o problema é dele. Eu vou fazer na Comissão de Segurança Pública, terça-feira, 10 horas da manhã. Já está convocado", afirma.
Ele defende que a Câmara não está em recesso parlamentar. "Não está em recesso, não foi votada a LDO. É um recesso do tipo assim: 'ó, todo mundo combinou que não vai'", complementa.
A Constituição diz que o presidente do Senado também é o chefe do Congresso Nacional, com jurisdição sobre a Câmara.
Bilynskyj critica a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de impor medidas cautelares ao ex-presidente.
"A decisão monocrática do Alexandre de Moraes é absurda e ilegal e ocorre na sexta-feira após o recesso, ou seja, obviamente no momento em que os deputados não estariam em Brasília para se manifestar de forma contrária", diz.
"Só que o que vai acontecer é justamente o contrário. Estarão todos lá e terão a oportunidade de usar o microfone e se manifestar. E a gente vai se organizar ainda mais a partir da segunda-feira. Segunda-feira vai estar todo mundo em Brasília."