EUA adiam em um mês bloqueio de dados cruciais para previsão de furacões

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O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reverteu na segunda-feira (30), temporariamente, o cancelamento da disponibilidade de dados de satélite que são fundamentais para monitorar movimentos e estruturas de furacões. Os dados agora estarão disponíveis para meteorologistas até 31 de julho; o prazo anterior era 30 de junho.

A Administração Nacional Atmosférica e Oceânica (Noaa, na sigla em inglês) anunciou na semana passada que dados de três satélites operados conjuntamente pela agência e pelo Departamento de Defesa se tornariam indisponíveis para pesquisadores e meteorologistas até 30 de junho. A única explicação dada foi de que ocorreriam "mudanças recentes no serviço".

O anúncio da Noaa desta segunda cita um "risco significativo de cibersegurança" como o motivo para tirar os dados do ar. A decisão de continuar fornecendo os dados veio em resposta a um pedido de um cientista da Nasa, de acordo com a nota.

Meteorologistas e outros cientistas do clima responderam ao anúncio original com confusão e consternação. Perder o acesso aos dados degradaria imediatamente a qualidade das previsões de furacões, aumentando os riscos à vida e de danos econômicos nos Estados Unidos e em outros lugares, disseram especialistas.

O Departamento de Defesa não respondeu imediatamente às perguntas sobre o motivo do cancelamento dos dados, o motivo do adiamento ou o motivo do cronograma. A Noaa se recusou a comentar.

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"A extensão do acesso a esses dados cruciais até julho por ordem direta da Nasa demonstra o quanto os meteorologistas do governo foram pegos de surpresa pela decisão repentina do Departamento de Defesa de bloquear os dados", disse Michael Lowry, especialista em furacões que trabalhou no Centro Nacional de Furacões e na Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos EUA.

"Infelizmente, isso não é o suficiente, já que os meses de pico da temporada de furacões são agosto, setembro e outubro, quando nossos furacões mais fortes tipicamente se formam e a intensificação rápida é mais comum", disse ele.

As previsões de furacões não seriam a única pesquisa climática importante afetada.

Os serviços de dados cancelados são críticos para pesquisadores que estudam mudanças no gelo marinho no Ártico e na Antártida desde a década de 1970, disse Sharon Stammerjohn, pesquisadora sênior do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina da Universidade do Colorado em Boulder.

O gelo marinho nas regiões polares da Terra derrete no verão e congela novamente no inverno, ajudando o resfriamento do planeta ao refletir a energia solar de volta para o espaço. À medida que o planeta aquece, imagens de satélite permitem que os cientistas acompanhem o declínio sazonal do gelo marinho.

"Sem esse registro, especialmente para a Antártica, por ser tão remota, não seríamos capazes de observar essas mudanças que são tão críticas para nosso clima global", disse Stammerjohn.

Embora outros produtos de satélite, incluindo os mantidos pela Agência Espacial Europeia e pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, possam preencher a lacuna, Stammerjohn disse que há desafios em contabilizar variações nos dados, como sensores e resoluções calibrados de forma diferente.

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