A gestão da COP30 divulgou nesta segunda-feira (30) a imagem do Curupira como a mascote da cúpula climática das Nações Unidas que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro.
Com cabelo de fogo, pés virados para trás, corpo de menino e uma lança, o personagem do imaginário amazônico compõe a identidade visual da conferência entre flores e folhagens.
Em nota, a gestão explica que o Curupira, conhecido pela proteção às florestas e aos animais, foi escolhido para representar o compromisso da presidência brasileira da COP30 com a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global.
A figura reforçaria o protagonismo da amazônia e das pessoas que a conservam e dela dependem nos debates ambientais e nas ações de combate à crise climática. A origem do personagem remonta à tradição indígena e foi registrada pela primeira vez em 1560, pelo padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597). A palavra vem do tupi-guarani —"curumim" significa menino e "pira", corpo.
No ano passado, o G9 —grupo de coalizão formado por povos originários dos nove países da amazônia, criado durante a COP16 da biodiversidade— propôs uma copresidência indígena na conferência do clima, mas foi negado.
Planeta em Transe
Uma newsletter com o que você precisa saber sobre mudanças climáticas
Antes de ser mascote, o Curupira já foi até empossado em São Paulo pelas suas funções. Em 11 de setembro de 1970, o então governador do estado, Roberto Costa de Abreu Sodré (1917-1999), promulgou uma lei na qual a figura se tornava "o símbolo estadual do guardião e protetor das florestas e dos animais que nelas vivem".
O dia 17 de julho, associado às celebrações do Curupira no Brasil, é também o Dia de Proteção às Florestas, data que tem como objetivo mostrar a importância da preservação das matas nacionais e internacionais.
Na quarta carta internacional da presidência da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago anunciou a gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade como um dos eixos principais da agenda de ação da cúpula, atrás apenas da transição energética.
Além de símbolo de proteção ambiental, segundo a organização da COP30, o Curupira cumpre um papel educativo para atrair o interesse das novas gerações aos temas ligados à preservação da natureza.