Haddad inicia captação para fundo bilionário de preservação de florestas

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Com o regulamento do Fundo de Florestas Tropicais Pra Sempre (TFFF) praticamente pronto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu início à rodada de negociações para captar o máximo possível de recursos de países interessados em "comprar cotas". A meta é levantar US$ 25 bilhões.

O sucesso de Haddad nesta tarefa será determinante para que o presidente Lula decida usar o fundo como principal entrega do Brasil na COP30. Caso as captações não sejam tão bem-sucedidas, o TFFF deve ter menos destaque —até porque é uma ação do governo e não de um projeto carimbado pela COP30.

Haddad procura, a partir de agora, ministros da Fazenda de Noruega, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita em busca de investimentos iniciais nesse fundo.

A expectativa é de que haja adesões a tempo do evento, mas ainda não se sabe se será possível, em quatro meses, angariar tanto dinheiro.

Um dos atrativos para os países é de que, diferentemente do Fundo Amazônia, o esquema proposto não prevê doações e, sim, um investimento. Isso é importante, ainda segundo relatos, no momento em que, especialmente os países europeus, intensificaram gastos militares devido à tensão com a Rússia na Guerra da Ucrânia.

Alavancagem

Pelas regras do fundo, os países serão "cotistas" e receberão remuneração pelo investimento após dez anos.

Com esse aporte inicial, o TFFF emitirá títulos de dívida no mercado –como se fossem debêntures. Fundos soberanos de países, investidores institucionais e empresas são alvo. O objetivo é captar cerca de US$ 100 bilhões.

O governo brasileiro estima ser possível movimentar cerca de US$ 4 bilhões por ano com essa bolada aplicada no mercado.

Esse é o superávit esperado do fundo que será repartido entre países detentores de florestas tropicais no "Sul global". Para isso, terão de cumprir determinadas exigências.

O TFFF pretende não só reduzir o desmatamento em países com florestas tropicais como premiar aqueles que mantêm a cobertura vegetal intacta.

Hoje, os fundos estrangeiros existentes destinam recursos àqueles que reduzem o desmatamento. No entanto, após zerá-lo, não recebem mais recursos.

O resultado dessa política, segundo técnicos do governo brasileiro, é a volta do desmatamento para que o país possa voltar a receber dinheiro.

O TFFF exigirá que o desmatamento fique abaixo de 0,5% do total da cobertura florestal. Mas também premiará os que mantiverem suas florestas de pé.

Para implementá-lo e ajudar no roadshow por investidores, a Fazenda negocia com o Banco Mundial para que a instituição seja prestadora de serviço na avaliação dos resultados dos países e na chancela na hora da destinação dos recursos do fundo aos países.

Com Stéfanie Rigamonti

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