Os incêndios florestais caíram pela metade no primeiro semestre do ano na comparação com 2024, de acordo com dados preliminares, em notícia que, se confirmada, pode evitar uma nova crise para o governo Lula (PT).
Segundo informações do laboratório Lasa, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), compartilhadas com o Executivo, entre 1º de janeiro e 23 de junho deste ano houve 17.608 focos de calor em todo o país, 47% a menos que os 33.368 registrados no mesmo intervalo um ano antes.
Para o secretário de controle do desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, essa redução se dá pelas medidas implementadas pelo governo após a crise do fogo de 2024 e mostra que o cenário climático do ano passado foi atípico.
"A expectativa é que esse ano a gente tenha menos incêndios do que no ano passado. Porém, é o terceiro ano seguido com chuvas abaixo da média, então estamos com todos os esforços voltados para melhorar o sistema [de proteção] e implantar efetivamente a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que é a grande novidade do ano passado para cá", diz.
Em 2024, a chegada antecipada da seca causou uma explosão de incêndios florestais ainda em junho —quando o comum é que o aumento aconteça apenas no segundo semestre—, o que gerou críticas às ações de resposta do governo Lula.
Desta vez, porém, o cenário é diferente. A área queimada na primeira quinzena de 2025 foi de 91,3 mil hectares, 87% a menos que os 703,8 mil registrados na comparação com o mesmo período do ano anterior.
"Esse ano a seca ainda não chegou", acrescenta Lima.
Se no ano passado todos os biomas do país tiveram alta de incêndios já no mês de junho, neste ano pampa, mata atlântica e pantanal (principal foco da crise do primeiro semestre de 2024) ainda não tiveram nenhum hectare de área queimada —na Amazônia, na caatinga e no cerrado houve queda de cerca de 80% neste índice.
"Não posso comemorar, vamos dizer assim, porque de fato a seca vai começar agora em julho, agosto e vai até setembro, outubro. Certamente teremos incêndios em todos os biomas esse ano, mas a expectativa é que, em função do fator climático mais próximo do normal, a gente tenha menos incêndios", completa.