Um grupo de mulheres em Santa Catarina relatou ter sofrido deformações faciais após realizar procedimentos estéticos com uma profissional que se apresentava como biomédica em São José, na região metropolitana de Florianópolis.
De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, ao menos quatro boletins de ocorrência foram registrados por pacientes com relatos de lesões corporais graves causadas pelos procedimentos.
Um inquérito policial foi aberto na segunda-feira (28) para investigar o caso.
A suspeita, Suelem Damasceno da Silva, se apresentava como biomédica e fazia atendimentos em domicílio na Grande Florianópolis. Ela mantinha um perfil profissional no Instagram com mais de 10 mil seguidores, que foi desativado desde que o caso veio à tona. A Folha ainda não localizou a suspeita.
Suelem se identificava como especialista em estética labial, mas também dizia fazer procedimentos faciais e corporais, como aplicação de ácido hialurônico para preenchimento nos glúteos.
Uma das vítimas, Giezica Muller, fez o procedimento em março e, desde então, sofre com as consequências de uma infecção bacteriana. Pelas redes sociais, ela contou que fez o procedimento atraída pelo custo de R$ 1.000, e que desde então já gastou mais de nove vezes este valor em hospital e tratamentos.
Ao menos 24 pacientes relataram algum problema físico ou impacto psicológico após realizar procedimentos, compartilhando seus relatos em um grupo de WhatsApp chamado "Suelem acabou com a nossa alegria", criado por Giezica.
"Em pouco tempo nossa vida mudou e tem nome essa mudança. Acabou com nossas esperanças de um retoque no corpo, acabou com a alegria de muitas", disse Giezica em uma publicação.
Em nota, o Conselho Regional de Biomedicina da 5ª Região, que representa profissionais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afirmou que Suelem não possui registro profissional.
"Recebemos denúncias referentes ao possível exercício ilegal da profissão de biomédica, as quais foram apuradas por meio do protocolo de fiscalização e estão sendo encaminhadas aos órgãos competentes para as providências cabíveis", disse o conselho.
Segundo a entidade, apenas profissionais que passam por um processo criterioso de habilitação em biomedicina estética recebem autorização para realizar procedimentos.