Pesquisa do Ranking dos Políticos, instituto que acompanha o trabalho parlamentar, mostra que mais da metade dos deputados federais (51,8%) considera que os partidos representam "pouco ou nada" os interesses da sociedade. No Senado, a percepção é mais positiva, com 71,4% avaliando as legendas como "muito" ou "razoavelmente" representativas.
O levantamento foi realizado entre 8 e 16 de julho com 138 parlamentares (110 deputados e 28 senadores) e tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Outro dado aferido pela pesquisa é o de que mais de um terço dos parlamentares entrevistados admite já ter sido obrigado a mudar o voto por orientação partidária — 42,9% no Senado e 38,2% na Câmara.
Além disso, 29% dos deputados e senadores disseram que pretendem ou consideram mudar de partido ainda nesta legislatura.
O estudo também inquiriu os parlamentares sobre a existência de candidaturas independentes, sem vínculo partidário, hoje vetadas pela legislação. No Senado, 46,5% apoiam a ideia, sendo 25,1% apenas para cargos majoritários e 21,4% para todos os cargos. Na Câmara, 41,8% são favoráveis.
Apesar disso, apenas um terço acredita que as candidaturas avulsas trariam maior renovação política. Para a maioria, o impacto seria limitado.
A maior parte dos parlamentares não acredita que candidaturas avulsas contribuiriam para a renovação política: 46,4% na Câmara e 53,6% no Senado.
"Candidatura independente ainda é um tema pouco conhecido e debatido entre os parlamentares. Impressiona descobrir que pouca gente tem noção do que significa candidatura avulsa, mesmo sendo uma prática permitida em 90% dos países do mundo, enquanto, no Brasil, ainda não é", afirmou Luan Sperandio, diretor de operações do Ranking dos Políticos e coordenador da pesquisa.