Polícia Federal analisa livro histórico para verificar anotações de Tiradentes

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A Polícia Federal analisará um livro histórico para verificar se as anotações presentes em seu interior são, de fato, de autoria de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

O material foi entregue ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), por meio do Museu da Inconfidência (MG), no dia 11 de julho. A obra passará por exames grafológicos no Serviço de Perícias Documentoscópicas.

Apelidado de "livro de Tiradentes", a obra é um exemplar do "Recueil des Loix Constitutives des États-Unis de l’Amérique" ("Coletânea de Leis Constitucionais dos Estados Unidos da América"). O livro compila leis americanas publicadas de 1776 a 1789, que influenciaram diretamente a Inconfidência Mineira, segundo o diretor do museu, Alex Calheiros.

Considerado "livro proibido" à época, a obra foi citada diversas vezes nos Autos da Devassa, processo que incriminou os inconfidentes.

Há também indícios nos Autos da Devassa de que Tiradentes fazia anotações nesse exemplar específico, que estava com ele no momento de sua prisão em maio de 1789 e contém anotações manuscritas.

Segundo Calheiros, se for confirmada a autoria das anotações, "o valor histórico, patrimonial e afetivo do bem se eleva enormemente, oferecendo novas camadas de entendimento sobre a atuação de Tiradentes e o pensamento iluminista que influenciou a Inconfidência".

Para o historiador Kenneth Maxwell, o livro é peça central na história da Conjuração Mineira. Conforme relatos, Tiradentes inclusive recorria a amigos para traduzir os trechos do francês e marcava passagens do livro que mais o interessavam.

Após ser anexado aos Autos da Devassa, o livro esteve durante décadas na Biblioteca Pública de Florianópolis, de onde foi recuperado e reintegrado ao acervo do Museu da Inconfidência na década de 1980.

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