A Europa volta a se curvar?

1 mês atrás 12

Foram sim duas vitórias de lavar a alma, a do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain, campeão francês e europeu, e a do Flamengo sobre o Chelsea.

A primeira, do campeão brasileiro e sul-americano, por certeiro 1 a 0, ao impedir a imposição do melhor time do Planeta Bola na atualidade.

O Glorioso aproveitou a chance que criou graças à insistência de Artur em roubar a bola no meio de campo, ao passe exemplar de Savarino e à sede de gol de Igor Jesus.

Até então, e depois, o PSG tinha a bola, sabia o que fazer com ela, mas, simplesmente não conseguia, porque o sistema defensivo botafoguense impedia, ao quase atingir o nível de tolerância zero com o erro.

A comemoração alvinegra depois do jogo, como se o título estivesse decidido, tem explicação: 9 em cada 10 previsões apontavam goleada para os europeus, havia 13 anos sem derrotas para clubes sul-americanos.

No dia seguinte seria a vez do Chelsea provar o gosto do futebol brasileiro.

Embora de patamar inferior ao PSG, quarto colocado na Premier League, tinha sido exatamente o último a perder para os do lado de cá do mundo, na decisão do Mundial contra o Corinthians, em 2012, mas devolvido a derrota ao superar o Palmeiras no torneio de 2021.

Sem merecer, saiu na frente, graças a vacilo fatal de Wesley e acabou atropelado no segundo tempo de maneira inapelável, porque Filipe Luis, além de brilhante, é teimoso, e insiste com Bruno Henrique, indiciado nos inquéritos das apostas, esta praga mundial, na Justiça comum e na Desportiva.

Ele entrou para empatar o jogo, passar para o gol da virada e ainda comemorar o 3 a 1, que bem poderia ter sido cinco, depois que os ingleses ficaram com um a menos, fora de si mesmos com o olé que vinha das arquibancadas na Filadélfia.

A segunda rodada da Copa do Mundo de Clubes, e das suspensões de jogos pelas tempestades, raios e trovões, havia começado com outra vitória brasileira, esta previsível e obrigatória, do Palmeiras sobre os egípcios do Al Ahly que, diga-se, de bobos não têm mais nada, não fossem da terra de Mohamed Salah, um dos melhores jogadores do mundo —se não for escolhido como o melhor depois de liderar o Liverpool na conquista com sobras da Premier League.

O Palmeiras ainda não se achou completamente, como também o Botafogo está em construção, diferentemente do Flamengo que parece pronto, assim como o Fluminense que vinha de ótima exibição contra o Borussia Dortmund —e fecharia a participação nacional na segunda rodada, obrigado a confirmar o bom momento, contra os sul-coreanos do Ulsan Hyundai, mesmo que, admitamos, cada vez caiba menos falar em obrigação neste maravilhoso jogo chamado futebol.

Eis o ponto: se nossos times têm de conviver com a realidade da inexistência de jogos fáceis, nada mais justo do que impor aos europeus idêntica dificuldade.

Está acontecendo.

Nada que tire deles o papel de favoritos nesta Copa ou que nos autorize imaginar hegemonia. Apenas saber que sim, é possível vencer. Novamente.

Ah, claro, o Fluminense cumpriu com seu dever e passou pelos asiáticos depois de levar dois sustos: 4 a 2.

O futebol brasileiro segue invicto.

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