O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) enviou representação ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pedindo a demissão do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dos quadros da instituição.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é escrivão concursado da PF, afastado para exercer o mandato parlamentar.
A motivação é a presença de Eduardo nos EUA, onde tem atuado junto ao governo americano por sanções direcionadas ao Brasil, sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
"É fato público e notório que o escrivão de polícia, ora afastado, Eduardo Nantes Bolsonaro, atualmente deputado federal licenciado, encontra-se nos EUA realizando articulações com o governo daquele país para a aplicação de sanções, taxações, penalidades econômicas e atos hostis contra o Brasil e contra autoridades nacionais", diz a representação do psolista.
Ele lembra que Eduardo é alvo de um inquérito da Procuradoria-Geral da República para investigar sua conduta, sob acusação de violação da soberania nacional.
Boulos argumenta que o deputado federal violou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, que determina a demissão para casos de crime contra a administração pública, improbidade administrativa, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, ou quando o funcionário valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.
Na semana passada, Eduardo fez diversas críticas à PF, especialmente ao delegado Fábio Shor, que conduziu grande parte do inquérito sobre a suposta trama golpista. Os ataques geraram reação na corporação, o que pode pesar na decisão de sua demissão.
A representação de Boulos deve ser enviada pelo diretor-geral da PF à corregedoria da instituição para instauração de processo administrativo.