O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse nesta quinta-feira (17) que a fabricante brasileira de aviões tem pouca disputa de mercado contra a Boeing, mas enfrenta concorrência dura contra a Airbus, da Europa, na categoria de aeronaves de corpo estreito, usadas para voos regionais.
"Airbus é diferente. [Com a] Airbus a gente bate de frente com o modelo A220", afirmou o executivo em entrevista ao videocast C-Level Entrevista, da Folha . "E é uma competição muito difícil, porque eles têm várias linhas de produtos, e quando uma linha aérea vai comprar mais modelos, eles conseguem fazer um pacote mais atrativo do que a gente que compete em uma categoria só", diz.
O A220-300 e o E195-E2, mais recente modelo da família de E-Jets da Embraer, são concorrentes diretos no segmento narrow body (corpo estreito). Ambas são aeronaves de um corredor, com capacidade que oscila entre 120 a 160 passageiros.
Apesar da concorrência com a fabricante europeia, a Embraer conquista espaço no mercado internacional, segundo o executivo. "A gente tem conseguido entregar resultado. Todas as unidades de negócio da Embraer estão crescendo e dando lucro", afirmou. A empresa anunciou nesta semana a venda de 45 jatos para a Scandinavian Airlines, da Dinamarca, por R$ 21,8 bilhões.
Com 59% da receita proveniente de encomendas dos Estados Unidos, a Embraer está entre as empresas mais afetadas pelo tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump na quarta-feira da semana passada (9).
Durante a entrevista ao C-Level, Gomes Neto diz ser contra uma possível retaliação do governo brasileiro como resposta às tarifas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump. Ele afirma que esse caminho elevará o nível de tensão entre os dois países e que, por isso, é preciso esgotar todos os canais de negociação.
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