O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, enxerga um possível encarecimento do eVTOL, o veículo elétrico de pouso e decolagem vertical desenvolvido pela empresa, como consequência das sobretaxas de 50% anunciadas pelo presidente americano Donald Trump.
Embora diga que ainda é muito cedo para avaliar o impacto das alíquotas sobre o produto, Gomes Neto indicou que os kits de montagem despachados do Brasil ficarão mais caros caso a sobretaxa entre em vigor.
"Evidentemente, se tiver a alíquota de importação, esses kits no primeiro momento vão ficar mais caros", disse o executivo em entrevista ao videocast C-Level, da Folha, nesta quinta-feira (17). "Nós vamos ter oportunidade também de, no futuro, ter de fábricas de kits em outros lugares dependendo da demanda".
O plano da Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer que produz o veículo, é fabricar o eVTOL em Taubaté (SP), testá-lo, desmontá-lo e enviá-lo num kit de montagem para os clientes no exterior. A construção da fábrica no Vale do Ribeira receberá aporte de R$ 500 milhões do BNDES.
Totalmente elétrico, o veículo terá capacidade para cinco pessoas (incluindo piloto) e autonomia de 100 quilômetros. A velocidade máxima, garantida por uma hélice traseira e oito rotores, é de 185 quilômetros por hora.
A Eve mobilizou cerca de mil funcionários no projeto, entre pesquisadores, engenheiros e técnicos. O veículo deve entrar em operação comercial a partir de 2027, com produção inicial de 120 unidades por ano, segundo disse o CEO da empresa, Johann Bordais, à revista Pesquisa Fapesp.
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