Fortes chuvas e enchentes deixam ao menos 30 mortos em Pequim

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Chuvas intensas e inundações provocaram a morte de 30 pessoas em Pequim, informou a agência estatal Xinhua nesta terça-feira (29), ainda noite de segunda no Brasil. Em apenas alguns dias, autoridades registraram a quantidade de precipitação esperada para todo o ano na capital da China.

De acordo com a Xinhua, 28 mortes ocorreram no distrito de Miyun, e outras duas em Yanqing, ambos ao norte da capital. As autoridades não detalharam quando exatamente os óbitos aconteceram nem as circunstâncias específicas de cada caso.

As chuvas começaram na quarta (23) passada e se intensificaram nesta segunda, atingindo também províncias vizinhas. Em algumas áreas ao norte de Pequim, os acumulados de precipitações chegaram a 543,4 milímetros —número próximo à média anual da cidade, que é de cerca de 600 milímetros.

Diante da emergência, mais de 80 mil pessoas precisaram ser retiradas de suas casas. As inundações danificaram estradas, interromperam comunicações e deixaram 136 vilarejos sem energia.

Para aliviar a pressão sobre o reservatório de Miyun, o maior da região norte da China, 120 milhões de metros cúbicos de água tiveram de ser liberados desde o domingo. As autoridades pediram para que a população mantenha distância dos rios na região, cujos níveis continuam elevados.

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Em pronunciamento na noite de segunda, o líder Xi Jinping reconheceu que houve "grandes perdas humanas e materiais" não apenas em Pequim, mas também nas províncias de Hebei, Jilin e Shandong. Ele ordenou operações de busca e resgate em "máxima escala". O premiê Li Qiang, por sua vez, afirmou que o distrito de Miyun foi particularmente atingido, com "perdas humanas significativas".

O governo de Pequim emitiu o alerta máximo de emergência para chuvas e enchentes e orientou os moradores para que não saiam de suas casas. A resposta federal inclui recursos financeiros emergenciais: a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China anunciou a liberação imediata de 200 milhões de yuans (cerca de R$ 155 milhões) para ações de reconstrução em Pequim, com foco nos distritos de Miyun e Huairou. A verba será usada para consertar estradas, sistemas de abastecimento de água, unidades de saúde e outros serviços públicos essenciais.

Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.

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