O governo brasileiro espera um comportamento equilibrado da comitiva de senadores que inicia nesta segunda-feira (28) uma visita aos EUA para tentar evitar o tarifaço prometido por Donald Trump, apesar da presença de parlamentares bolsonaristas no grupo.
Ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina (PP-MS) é considerada pragmática e responsável. Já o Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) não se destaca por ser protagonista em debates sobre temas externos e deve fazer figuração.
O único ponto fora da curva é Carlos Viana (Podemos-MG), que deixou má impressão no episódio em que autoridades brasileiras que viajavam a Israel foram surpreendidas com a guerra do Estado judeu contra Irã. Ele quos atribuir o mérito pela saída da comitiva do país ao governo israelense, ignorando o papel da diplomacia brasileira.
Apesar de o Itamaraty estar dando apoio à comitiva, não se espera que ela tenha papel definidor quanto à manutenção ou não das tarifas, visto que a decisão está concentrada na Casa Branca. Trump, por enquanto, não dá sinais de querer negociar.
A principal missão seria ajudar a desfazer intrigas sobre a relação comercial entre os Brasil e os EUA e reforçar que interferência em assuntos domésticos e na Constituição brasileira não serão tolerados.
Há também um receio de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo, que vivem nos EUA, tentem atrapalhar a concretização de encontros.
Os senadores têm tido dificuldade em marcar reuniões com seus homólogos americanos, uma vez que a semana que vem é a última antes do recesso legislativo e tende a ser esvaziada em Washington.
Também há intenção de conversar com setores empresariais e representantes do governo Trump.