Governo Trump arquiva caso contra médico anti-vacina acusado de destruir doses

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A secretária de Justiça dos Estados Unidos, Pam Bondi, arquivou no sábado (12) o processo contra um médico acusado de falsificar certificados de vacinação contra a Covid-19 e destruir mais de US$ 28 mil (R$ 155 mil) em vacinas fornecidas pelo governo federal durante a pandemia de coronavírus.

Michael Kirk Moore Jr. é cirurgião plástico. Ele foi indiciado pelo Departamento de Justiça em 2023, ainda durante o governo de Joe Biden, e o julgamento do caso começou no início deste mês.

Em um post no X, Bondi defendeu sua decisão. "Dr. Moore deu uma escolha aos seus pacientes quando o governo federal se recusou a fazer o mesmo. Ele não merecia anos de prisão. Isso termina hoje", escreveu a secretária de Justiça de Donald Trump.

Moore era acusado de vender cartões falsos de comprovante de vacinação contra a Covid-19 por US$ 50 cada (R$ 277), em um esquema ocorrido entre maio de 2021 e setembro de 2022 em sua clínica em Salt Lake City, no estado de Utah.

Segundo a acusação, Moore destruiu vacinas fornecidas pelo governo e também aplicou soro fisiológico em vez de doses da vacina em crianças a pedido dos pais, para que acreditassem estar recebendo o imunizante contra a Covid-19.

O cirurgião teria atuado com outros funcionários de sua clínica, que também foram acusados de crimes como conspiração para fraudar o governo. As penas previstas somavam até 35 anos de prisão. Todas as acusações foram arquivadas.

Moore tornou-se uma espécie de símbolo para grupos anti-vacina. A sua postura tem sido apoiada pela ala conservadora do governo Trump e por trumpistas críticos à resposta do governo Biden contra a pandemia. O Departamento de Defesa, por exemplo, tem buscado reintegrar militares dispensados durante a crise do coronavírus por se recusarem a tomar o imunizante.

Em abril, o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., conhecido por sua postura cética em relação a vacinas, fez um post de apoio ao médico. "Dr. Moore merece uma medalha por sua coragem e compromisso com a saúde", escreveu.

Lá Fora

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A deputada federal republicana Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, comemorou o arquivamento do caso. "Jamais podemos permitir que nosso governo se torne tirânico sob nossa vigilância", afirmou em publicação no X.

Ela já havia se manifestado anteriormente em defesa de Moore, a quem chamou de herói.

A decisão de Bondi ocorre em meio a críticas crescentes por suas demissões de funcionários do Departamento de Justiça envolvidos em processos contra Trump. As ações têm alimentado acusações de retaliação política dentro do órgão.

Nos últimos meses, a pasta também demitiu funcionários que atuaram com casos processando trumpistas que invadiram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 para tentar reverter o resultado da eleição presidencial que elegeu Joe Biden.

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