Juros do consignado privado sobem e concessões caem em junho, mostra BC

6 horas atrás 1

A taxa média de juros do consignado privado subiu em junho e a concessão de novos empréstimos para trabalhadores CLT caiu em relação ao mês anterior, mostram dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (28).

Em junho, a taxa média cobrada no consignado privado atingiu 56,3% ao ano, uma alta mensal de 0,7 ponto percentual. O patamar é menor do que o pico atingido em abril (59,1%), mas continua superior ao praticado no mercado antes da implementação da nova modalidade do consignado para trabalhadores com carteira assinada, lançada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim de março. Na época, ficava ao redor de 40%.

Como mostrou a Folha, Lula está insatisfeito com os juros praticados na modalidade e pediu um diagnóstico do Ministério da Fazenda para baratear o custo do crédito.

Os juros seguem altos mesmo após a implementação da portabilidade interbancária dessas operações, que permite ao trabalhador que contratou a nova modalidade de consignado privado trocar de instituição financeira, escolhendo a que oferecer juros mais baixos. Desde 6 de junho, todas as operações podem ser feitas pela Carteira de Trabalho Digital.

A expectativa é que haja redução dos juros na modalidade quando estiver em plena operação no fim de julho a garantia pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), etapa considerada importante para a rodagem do programa de crédito.

As regras da nova linha de crédito preveem o uso de até 10% do saldo no FGTS do trabalhador como garantia de pagamento, além de 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa (equivalente a 40% do valor do saldo).

Desde o dia 25 de abril, o trabalhador que já tem empréstimo com desconto em folha pode pedir migração do contrato existente para o novo modelo. Em maio, começou a valer também a portabilidade de dívidas entre bancos no novo consignado.

Os dados do BC mostram que houve queda de 16,2% nas concessões da modalidade em junho em relação aos 30 dias anteriores. No mês passado, foram liberados R$ 2,59 bilhões em novos empréstimos para trabalhadores celetistas, contra R$ 3,09 bilhões liberados em maio no consignado privado.

Apesar da redução mensal, o volume de empréstimos é maior do que antes da implementação do novo programa. Em 12 meses, houve elevação de 43,1%. No trimestre, o salto é de 104,3%.

Já o saldo do crédito consignado CLT (antigos e novos contratos) subiu de R$ 45,27 bilhões para R$ 46,44 bilhões entre maio e junho, alta de 2,6% no mês. Esse é o maior volume da série histórica para a modalidade. Em 12 meses, o crescimento do estoque foi de 15,1%.

Desde a implementação do programa, a avaliação da equipe econômica é que o novo modelo tem trazido uma mudança estrutural ao mercado, oferecendo crédito mais seguro e barato aos trabalhadores do setor privado.

Segundo pesquisa Datafolha, realizada entre 10 e 11 de junho, quase um terço dos brasileiros que possuem carteira assinada ou são aposentados tem empréstimo consignado, com destaque aos menos escolarizados, mais velhos e funcionários públicos.

Read Entire Article