Justiça dos EUA condena a quase 3 anos de prisão ex-policial envolvido em caso de mulher negra morta em casa

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O ex-policial Brett Hankison foi condenado nesta segunda-feira (21) a dois anos e nove meses de prisão por violar os direitos de Breonna Taylor durante a operação em que a mulher negra foi baleada e morta, em 2020. A decisão ocorreu após o Departamento de Justiça do presidente Donald Trump ter solicitado ao juiz que o prendesse por um único dia.

Breonna foi morta por policiais de Louisville, no estado americano de Kentucky, após eles entrarem em sua casa com um mandado chamado "no knock", que os autorizava a derrubar a porta sem aviso prévio. Seu namorado, que tinha porte de arma e disse acreditar que ladrões estavam invadindo a residência, atirou contra os agentes, levando-os a revidar.

A morte de Breonna, juntamente com o assassinato de George Floyd, em Minneapolis, cometido por um policial branco, desencadeou protestos que exigiram justiça racial nos EUA e contra o tratamento dado a pessoas negras pela polícia.

A juíza federal Rebecca Grady Jennings, que proferiu a sentença nesta segunda, criticou os promotores por darem uma guinada na abordagem do caso. Ela disse que fatores políticos parecem ter influenciado a recomendação feita por eles para que fosse determinado apenas um dia de prisão.

A legislação americana prevê de 33 a 41 meses de cadeia para esse tipo de crime. A mãe de Breonna, Tamika Palmer, vários outros familiares e Kenneth Walker, seu namorado na época, pediram ao juiz a aplicação da pena máxima. "Um pedaço foi tirado de mim naquele dia", disse Palmer.

Durante o governo do presidente Joe Biden, o Departamento de Justiça apresentou acusações criminais contra os policiais envolvidos nas mortes de Breonna e de Floyd. Hankison foi condenado por um júri federal em novembro de 2024.

Em breve declaração ao tribunal, o ex-policial pediu desculpas à família e aos amigos de Breonna e disse que teria agido de forma diferente se soubesse dos problemas relacionados ao mandado de busca. "Eu jamais teria disparado", disse.

Um memorando do Departamento de Justiça minimizou o papel de Hankison na operação. Segundo o documento, ele não foi responsável pela morte de Breonna.

Mas o documento chamou a atenção por não ter sido assinado por nenhum dos promotores de carreira —aqueles que não foram nomeados por políticos— que analisaram o caso.

O memorando foi apresentado em 16 de julho por Harmeet Dhillon, nomeada por Trump para liderar a Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça, e seu advogado, Robert Keenan.

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A recomendação do departamento marcou o mais recente esforço do governo Trump para frear os esforços relacionados à responsabilização policial. No início deste ano, Dhillon anulou as conclusões da Divisão de Direitos Civis sobre abusos generalizados de direitos civis contra pessoas negras.

Os advogados da família de Breonna disseram que a recomendação do Departamento de Justiça representou um insulto e pediram ao juiz que "fizesse justiça verdadeira" a ela.

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