Lula 3.0 reagiu a um artigo da revista The Economist com uma carta do chanceler Mauro Vieira falando bem de Lula, na qual afirmou que sua "autoridade moral" é "indiscutível". Indiscutível não é, tanto que a revista discutiu-a.
Cartas desse tipo são coisas de jecas e quase sempre são sopradas pelo Palácio do Planalto, afagando o ego dos presidentes. (Uma seleta das cartas de chanceleres e embaixadores brasileiros defendendo a ditadura fazem vergonha ao Itamaraty.)
A reação epistolar mostra que Lula 3.0 acalmou-se em relação ao Lula 1.0. Em 2004 ele reagiu a um artigo do correspondente do The New York Times, Larry Rohter, cancelando seu visto de permanência no Brasil.
Salvou-o do vexame o ministro Márcio Thomaz Bastos, que estava na Suíça e apagou o incêndio ao retornar a Brasília.
O patrono das fake news
Enquanto o Brasil procura um caminho para controlar a circulação de notícias falsas nas redes, um curioso listou a relação de Pindorama com a propagação de fake news.
O Brasil fica na América, continente batizado por um cartógrafo alemão em homenagem ao Américo Vespúcio. Como se sabe, quem primeiro chegou ao Novo Mundo foi Cristovão Colombo, em 1492. Vespúcio só passou por aqui nove anos depois. Enquanto Colombo acreditava que tinha chegado à Índia, ele percebeu a massa continental da América do Sul.
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Vespúcio esbaldou-se com a narrativa de suas passagens pela chamada Terra dos Papagaios, a partir de 1501. Descreveu a costa do Brasil em cartas que viraram um livro, o "Mundus Novus", traduzido em pelo menos sete idiomas com cerca de 60 edições. Inventou (ou alguém inventou em seu nome) que viu leões, ursos e gigantes. Disse que por aqui as pessoas viviam até 150 anos.
Naquele paraíso terrestre do navegador florentino, os nativos "não fazem nenhuma troca ou comércio para comprar ou vender, bastando-lhes o que a natureza oferece: desprezam ouro, pedras preciosas, joias que na Europa consideramos riquezas".
Trump saiu do teatro
No início de junho, de caso pensado ou não, o presidente americano Donald pôs sua marca na diplomacia internacional. Abruptamente, ele deixou a reunião dos chefes de Estado do G7, no Canadá, e voltou para Washington, onde precisava cuidar da vida.
O G7 reúne os Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Japão e a União Europeia. Suas reuniões ecoam as conferências de Yalta e Potsdam, de 1945, quando os Três Grandes —Franklin Roosevelt (EUA), Winston Churchill (Inglaterra) e Stalin (União Soviética)— redesenharam o mapa da Europa.
Passou o tempo, os Três são sete e as reuniões de chefes de Estado viraram arroz de festa, dando aos governantes agendas irrelevantes, jantares e fotografias. Pior: aqui e ali realizam-se reuniões da cúpula disso ou daquilo.
Na semana passada reuniram-se em Buenos Aires os chefes de Estado do Mercosul. Mal ela terminou, começou no Rio a reunião de cúpula dos Brics. Deveria reunir os chefes de Estado de 28 países, entre os quais estariam a China, Rússia, Egito, México e Turquia. Os governantes desses países e mais uns dez anunciaram que não viriam à reunião. Como Trump, têm mais o que fazer.
O teatrinho das reuniões de cúpula pode estar saindo da moda.