O produtor de vinhos chileno que quer fazer você sorrir

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Sabe quando um músico tem uma banda pela qual é famoso, mas em paralelo mantém um projeto menor, mais autoral, onde pode verdadeiramente experimentar? Foi assim que Marco Antonio de Martino me explicou os vinhos rotulados como Vigneron, que chegam agora ao Brasil na sua segunda safra, pela Winet Club.

De Martino toca com o irmão Sebastián a vinícola que carrega seu sobrenome, fundada pelo bisavô no Chile há 90 anos. É um projeto de larga escala, com produção anual de 3 milhões de garrafas e sucesso internacional. Com mais de 300 vinhedos, de Itata, no sul do país, até Elqui, na entrada do Atacama, e dos sopés dos Andes até a costa do Pacífico, recebeu prêmios como o de vinícola do ano de 2024 pelo Guia Descorchados.

Muito disso se deve ao trabalho dos irmãos, mas há cinco anos Marco de Martino ficou com vontade de testar estilos e vinificações diferentes. Com uvas de suas localidades favoritas, decidiu fazer algo mais "freestyle", longe do perfil da vinícola da família.


A experimentação agradou a quem a provou, a notícia correu, e de repente surgiram importadores interessados, sendo um dos primeiros um brasileiro. Publicitário de formação e educador de vinho, Deco Rossi, que iniciava seu negócio de importação, a Winet Club, não só trouxe a linha de vinhos ao Brasil, como deu pitacos que viraram encomendas de novos rótulos.

Encontrei os dois na feira Naturebas, onde provei (e me impressionei) com seis garrafas da linha Vigneron —no país, há nove à venda. Eles trazem uma quantidade mínima de sulfitos, são muito puros e elegantes. Engraçado ver como o chileno se entusiasma ao falar deste projeto, que "mantém a cabeça ocupada" e "o desafia". "Não me interessa pontuação ou crítica, mas que alguém sorria quando prove os vinhos."

Entre os favoritos que provei na feira está o Vigneron In Vino Veritas Chardonnay 2023 (R$ 119), que vem do Valle de Casablanca, conhecido pelos ventos uivantes e salinos, de influência do Pacífico. Essa salinidade pode ser sentida na taça, além de uma acidez equilibrada pela untuosidade. E olhe que estamos falando da linha de entrada do projeto, que tem ainda um sauvignon blanc também de Casablanca, variedade que se dá muito bem nesta denominação de origem, e um syrah de Maipo.

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Deste vale, onde a cabernet sauvignon faz um vinho que virou um cartão de visitas do Chile, vem o Vigneron Parcelas Seleccionadas Cabernet Sauvignon 2022 (R$ 189), bom para o inverno e para aqueles que amam um tinto encorpado. De Martino conta que buscou neste vinho o que mais ama em Bordeaux, uma elegância que foi encoberta durante anos pelo uso exagerado da madeira.

Igualmente delicioso é o Vigneron Leonera Viñas Viejas Cinsault 2022/2024 (R$ 299), de Itata, região de onde saem alguns dos vinhos mais inventivos do Chile. Feito com uvas de vinhas de mais de cem anos, é um tinto de corpo médio, taninos bem finos e muita vivacidade, com notas de cereja. E, para impressionar quem não está acostumado, a dica é combinar com peixe e frutos do mar.

Vai uma taça?

Prove também os feitos por Marco De Martino com o irmão, que são importados pela Berkmann, a partir da linha de entrada, a Estate Reserva (R$ 116), que tem cabernet sauvignon, carmenère e sauvignon blanc.

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