A partir da edição de 2026, a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) deixará de cobrar exclusivamente a redação dissertativo-argumentativa e passará a permitir que o candidato escolha entre diferentes gêneros textuais. Entre as possibilidades estão carta, crônica, discurso, roteiro e outros formatos.
A alteração marca uma das transformações mais significativas no modelo da prova da USP em mais de duas décadas. Segundo a fundação, o objetivo é ampliar a avaliação das competências de leitura, interpretação e produção escrita, permitindo que o candidato escolha o gênero em que melhor consegue desenvolver o tema proposto.
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A flexibilização segue uma tendência já adotada por outras universidades, como a Unicamp, que desde 2015 apresenta propostas em formatos variados. Na Fuvest, a decisão foi aprovada no final de 2024, mas a comunicação oficial sobre a mudança gerou dúvidas entre estudantes e professores, por não incluir exemplos concretos nem detalhamento dos critérios de correção.
Em abril deste ano, após um simulado oficial, um grupo de vestibulandos divulgou uma carta aberta à fundação, cobrando mais clareza sobre o novo modelo. A resposta da Fuvest reafirmou que a banca terá liberdade para propor gêneros diversos e que o estudante poderá optar por aquele com o qual se sentir mais confortável —inclusive mantendo a dissertação, se preferir.
Com a proximidade da prova, aumentam as dúvidas entre os candidatos: o que muda na prática? Como se preparar? Quais habilidades serão exigidas? A seguir, a Folha responde às principais questões sobre a nova redação da Fuvest:
QUAIS FORAM AS MUDANÇAS ANUNCIADAS PELA FUVEST?
A partir do vestibular 2026, a prova de redação da Fuvest passará a apresentar duas propostas de texto, elaboradas a partir de uma única coletânea de apoio. O candidato deverá escolher apenas uma delas para desenvolver.
Uma das propostas será sempre de natureza dissertativo-argumentativa, modelo tradicionalmente cobrado. A outra será de natureza narrativa, baseada em um gênero textual que será divulgado apenas no momento da prova.
QUAIS GÊNEROS TEXTUAIS PODEM APARECER NA SEGUNDA PROPOSTA?
A Fuvest não divulgou uma lista fechada de gêneros possíveis, mas sinalizou que a segunda proposta será de natureza narrativa. No simulado realizado em abril, por exemplo, a proposta alternativa foi uma crônica.
Na hora do exame, a proposta virá acompanhada de instruções claras e de uma coletânea articulada, que deve orientar a produção do texto. A exigência será, como sempre, que o candidato seja capaz de compreender a proposta e redigir um texto coeso, coerente e bem estruturado.
O objetivo, de acordo com a Fuvest, é avaliar a versatilidade comunicativa dos estudantes.
POR QUE ESSA MUDANÇA FOI FEITA?
Segundo a direção da Fuvest, o objetivo é ampliar a avaliação das competências de leitura, interpretação e produção textual. A fundação argumenta que essas são exigências atuais do ambiente acadêmico e profissional. O novo programa foi aprovado pelo Conselho de Graduação da USP.
A publicação do edital é de responsabilidade do Conselho de Graduação da USP, e não da Fuvest. Normalmente, o documento sai entre o final de julho e o início de agosto, com publicação no Diário Oficial. A Fuvest se encarrega apenas de divulgar os guias.
COMO OS CANDIDATOS DEVEM SE PREPARAR AGORA?
A orientação de professores é ampliar a leitura e a prática de produção de diferentes gêneros textuais, especialmente aqueles mais recorrentes em vestibulares que já adotam propostas variadas, como a Unicamp. É importante também desenvolver a capacidade de análise crítica de temas sociais, o domínio da norma padrão da língua portuguesa e a adaptação da linguagem ao formato solicitado.
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A CORREÇÃO DA REDAÇÃO VAI MUDAR?
A Fuvest ainda não informou se os critérios de correção da redação serão alterados. Em princípio, cada gênero textual possui suas próprias convenções, mas a Banca Corretora de Redação está preparada para avaliar os textos independentemente do gênero escolhido, desde que atendam aos parâmetros estabelecido.
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