Presidente do Irã diz que Israel tentou assassiná-lo e sabotou conversas com EUA

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O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de sabotar as negociações sobre seu programa nuclear com os Estados Unidos e de tentar assassiná-lo durante os ataques contra o país persa no mês passado. As declarações foram dadas em entrevista de quase 30 minutos ao apresentador conservador Tucker Carlson.

"Não foram os EUA que estavam por trás da tentativa de tirar minha vida. Foi Israel. Eu estava em uma reunião, eles tentaram bombardear a área onde estávamos realizando esse encontro", afirmou Pezeshkian.

A entrevista, feita com tradução simultânea, foi publicada no canal do YouTube de Carlson nesta segunda-feira (7). O presidente iraniano disse que os ataques de Tel Aviv interromperam conversas com Washington.

"Estávamos no meio de negociações com os EUA. O presidente [Donald Trump] havia nos convidado para negociar pela paz. Disseram que, enquanto não déssemos sinal verde para Israel, eles não nos atacariam. Estávamos prestes a realizar a próxima rodada muito em breve."

Pezeshkian ainda afirmou que não vê problema em retomar as negociações com Washington, mas questionou como ficará a relação de confiança entre os dois países. "Como vamos confiar novamente nos EUA? Como podemos ter certeza de que, no meio das negociações, o regime israelense não receberá novamente permissão para nos atacar?", disse.

"O presidente dos Estados Unidos, o senhor Trump, é suficientemente capaz de guiar a região rumo à paz e a um futuro mais promissor —e colocar Israel em seu devido lugar. Ou então, cair num poço, um poço sem fim, um pântano", acrescentou.

Trump se envolveu diretamente no conflito entre Tel Aviv e Teerã, bombardeando as três principais instalações nucleares do país. Israel justificou o ataque dizendo que o país persa estava prestes a ser capaz de desenvolver uma bomba atômica. Na entrevista, Pezeshkian voltou a negar que o país quer desenvolver armas químicas.

O presidente iraniano também acusou o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, de "matar mulheres e crianças em Gaza, bombardeando escolas e hospitais, civis e áreas residenciais", afirmando que o seu governo comete genocídio contra o povo palestino.

"Eles bloquearam a entrada de ajuda humanitária. Isso afetou a forma como meu país e toda a região enxergam Israel. Nós não atacamos Israel. Eles nos atacaram", seguiu.

Carlson, que é apoiador do presidente republicano, criticou publicamente Trump por apoiar a ação militar israelense após o início da guerra com o Irã. O apresentador faz parte de apoiadores que se opõem ao envolvimento do país no conflito no Oriente Médio.

Ele chegou a discutir com o senador republicano Ted Cruz durante uma entrevista no mês passado, expondo o racha na base de Trump em relação à política externa. O parlamentar não soube responder a perguntas básicas de Carlson sobre o Irã e foi pressionado pelo apresentador, que costuma defender posicionamentos opostos à intervenção americana em outros países.

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