Presidente do México vê acordo com EUA e diz que soberania é inegociável; UE prevê retaliação

14 horas atrás 5

Líderes dos países afetados pela tarifa de 30% anunciada neste sábado (12) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronunciaram contra a medida e à favor da negociação.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que um acordo pode ser alcançado com os Estados Unidos antes que as tarifas de 30% anunciadas pelo presidente Donald Trump entrem em vigor em 1º de agosto.

A fala aconteceu durante um evento no estado mexicano de Sonora. Sheinbaum também afirmou que a soberania do México não é negociável.

Referindo-se à mesa de negociações em Washington, a presidente expressou confiança de que isso permitirá que o México chegue em "melhores condições" até o próximo mês.

O México envia mais de 80% do total de seus produtos exportados para os EUA e o livre comércio com seu vizinho do norte levou o México a ultrapassar a China como o principal parceiro comercial dos EUA em 2023.

Folha Mercado

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"A União Europeia permitirá o acesso completo e aberto ao mercado dos Estados Unidos, sem que nenhuma tarifa seja cobrada de nós, em uma tentativa de reduzir o grande déficit comercial", escreveu Trump na carta endereçada a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A UE esperava chegar a um acordo comercial abrangente com os EUA para o bloco de 27 países, incluindo tarifas zero por zero sobre produtos industriais, após meses de negociações difíceis.

Em resposta, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a quem a carta é endereçada disse a UE está pronta para retaliar para salvaguardar seus interesses se os EUA continuarem a impor a ameaça de uma tarifa de 30%, mas que também estava pronta para continuar trabalhandos para chegar a um acordo até 1º de agosto.

"Poucas economias no mundo se equiparam ao nível de abertura e adesão da União Europeia a práticas comerciais justas", disse ela.

"Tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", disse ela sobre possíveis tarifas retaliatórias sobre os produtos dos EUA que entram na Europa.

Membros do bloco deram suporte à posição da presidente.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou a "forte desaprovação" de seu país ao anúncio de seu homólogo americano.

Ao lembrar que a UE vem negociando com Washington há várias semanas "com base em uma oferta sólida e de boa-fé", Macron afirmou que "cabe mais do que nunca à Comissão afirmar a determinação da União em defender categoricamente os interesses europeus".

O presidente francês pediu à Comissão Europeia que "acelere a preparação de contramedidas confiáveis, mobilizando todos os instrumentos à sua disposição".

"Como parte da unidade europeia, cabe mais do que nunca à Comissão afirmar a determinação da União em defender os interesses europeus de forma resoluta", disse o presidente francês na rede social X

A ministra da Economia da Alemanha, Katherina Reiche, pediu em uma declaração um "resultado pragmático para as negociações".

"As tarifas atingiriam duramente as empresas exportadoras europeias. Ao mesmo tempo, elas também teriam um forte impacto sobre a economia e os consumidores do outro lado do Atlântico", disse Katherina.

A ministra também pediu à UE que "negocie pragmaticamente uma solução com os EUA no tempo restante, que se concentre nos principais pontos de discórdia".

A Alemanha está na vanguarda das repercussões da ofensiva comercial dos EUA porque sua economia depende fortemente das exportações para o país, especialmente nas indústrias química, farmacêutica, automotiva, siderúrgica e de fabricação de máquinas.

O Ministério da Economia da Espanha apoiou novas negociações, mas acrescentou que a Espanha e outros países da UE estavam prontos para tomar "contramedidas proporcionais, se necessário".

Em comunicado, a Itália disse ser crucial manter o foco nas negociações comerciais com os EUA e evitar uma polarização ainda maior e que a primeira-ministra Giorgia Meloni está confiante de que um "acordo justo" pode ser alcançado.

(Com Reuters e AFP)

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