Quatro colégios brasileiros estão na disputa da edição 2025 do prêmio World’s Best Schools (Melhores Escolas do Mundo), organizado pela T4 Education, uma plataforma global que reúne uma comunidade de mais de 200 mil professores de mais de cem países.
Este ano, duas unidades públicas disputam na categoria Superando as Adversidades: a Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint-Hilaire, de Porto Alegre (RS), e a Escola Estadual Parque dos Sonhos, de Cubatão (SP). Além deles, a Escola COC São Luís (que é privado), de São Luís (MA), compete na categoria Colaboração Comunitária e o Colégio Sesi – Indústria Portão, de Curitiba (PR), disputa a categoria Apoiando Vidas Saudáveis.
Ainda há as categorias Inovação e Ação Ambiental, mas sem concorrentes brasileiros.
Os vencedores de cada categoria serão anunciados em outubro e dividirão o prêmio total de US$ 50 mil (R$ 271 mil) — cada um receberá R$ 54,2 mil, além de um ano de acesso gratuito ao programa Best School To Work de organização e desenvolvimento escolar. A seleção é feita por um júri composto por acadêmicos, educadores, ONGs, empreendedores sociais, governos, sociedade civil e setor privado de diversos países.
Ainda há o prêmio Escolha da Comunidade, no qual os internautas podem votar no colégio preferido. A votação popular será realizada até 21h (de Brasília) do dia 9 de julho no site da premiação.
Confira os projetos das escolas brasileiras finalistas:
- Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint-Hilaire, de Porto Alegre (RS): A escola pública de educação infantil e ensino fundamental está localizada na Vila Panorama, uma comunidade rural na periferia de Porto Alegre. Ela compete na categoria "Superação de Adversidades" por seu projeto "Em Busca dos Jardins", que busca romper com tabus sobre violência sexual contra meninas e pobreza menstrual, envolvendo alunos na denúncia de violência sexual e na criação de materiais para educar sobre o tema, como o primeiro livro infantil sobre o assunto no país. A iniciativa ultrapassou os muros da escola, com alunas e professoras participando de eventos em outras escolas da região para divulgar a mensagem urgente de que "crianças que menstruam ainda são crianças".
- Escola Estadual Parque dos Sonhos, de Cubatão (SP): A escola pública de ensino fundamental também concorre na categoria "Superação de Adversidades" e se tornou um centro de luta contra a violência e a desigualdade na cidade do litoral paulista, utilizando uma abordagem pedagógica que valoriza o aluno e promove a não violência. O projeto "A Escola Vai à Sua Casa" envolve professores visitando as casas dos alunos para compartilhar a visão e os planos da escola com suas famílias, a fim de diminuir a distância entre a escola e a comunidade. Desde a implementação do modelo de aprendizagem, a taxa de matrícula de alunos aumentou em 500% e mais de 20 escolas da região adotaram iniciativas desenvolvidas pela Parque dos Sonhos.
- Escola COC São Luís, de São Luís (MA): A escola particular de ensino fundamental e médio da capital maranhense está concorrendo na categoria "Colaboração Comunitária" por seu projeto inovador que integra o Educa2030 do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) ao currículo com o objetivo de reduzir a exclusão digital e preparar os alunos para o mercado de trabalho tecnológico. O projeto inclui iniciativas baseadas em projetos onde os alunos desenvolvem habilidades em inteligência artificial (IA), Steam (forma de ensino baseado em ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática) e alfabetização digital, com foco em liderança, criatividade e impacto social.
- Colégio Sesi – Indústria Portão, de Curitiba (PR): Finalista na categoria "Apoiando Vidas Saudáveis", a escola é uma creche da capital paranaense que desenvolve um projeto para promover uma relação saudável e lúdica das crianças com a alimentação, incentivando a experimentação de novos alimentos e criando um ambiente onde a criança sinta prazer em comer. Uma nutricionista colaborou com os professores para desenvolver quatro etapas essenciais para as crianças construírem uma relação com a comida, que vão desde o plantio de vegetais na horta do colégio, passando pela colheita, experimentos até a preparação de receitas com os produtos colhidos. Três escolas do Sesi que atendem à primeira infância adotaram o projeto, e a escola agora está trabalhando para introduzir o programa na fase do ensino fundamental.
No ano passado, quatro escolas brasileiras foram indicadas ao prêmio, mas não venceram. A Escola Estadual Deputado Pedro Costa, de São Paulo (SP), concorria na categoria Colaboração Comunitária; o Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, do Distrito Federal, concorria na categoria Superando Adversidades; a Escola Estadual Professora Maria das Graças Escócio Cerqueira, de Itaituba (PA), estava na categoria Ação Ambiental; e o Colégio Militar de Manaus (AM), na categoria de Inovação.