Os empresários Nenê e Henrique Constantino, respectivamente pai e filho, donos da Gol, reuniram-se nesta semana com o prefeito de Olímpia (SP), Geninho Zuliani, para buscar medidas que agilizem a construção do aeroporto internacional da cidade, cujo início das obras estava previsto para este semestre. O projeto, porém, ainda não saiu do papel.
É a primeira empresa aérea que entra na briga pela construção do complexo aeroportuário, alvo de uma rixa entre Olímpia e a cidade vizinha de São José do Rio Preto (SP), que também tem seu próprio aeroporto. As duas cidades estão a menos de 80 km de distância.
No site de vendas da Gol, quem pesquisa voos para Rio Preto se depara com o destino São José do Rio Preto- Olímpia. Nenhuma outra aérea faz isso.
O interesse da aérea na cidade não é à toa. Situada a cerca de 500 km da capital paulista, Olímpia é conhecida por seus parques temáticos e resorts. O município espera receber 5 milhões de turistas neste ano, tem 35 mil leitos disponíveis a esse público e abriga dois dos maiores parques da América Latina —o Thermas dos Laranjais e o Hot Beach.
Além disso, a cidade também tem a ambição de construir o primeiro cassino do Brasil integrado a um resort pós-legalização do segmento. Para isso, o município já se adiantou nas discussões que ocorrem no Congresso Nacional e aprovou lei que autoriza os espaços de jogos de azar e apostas.
A expectativa da prefeitura de Olímpia é que a legalização dos cassinos e bingos no Brasil destrave investimentos bilionários no setor de entretenimento local, tornando a cidade uma espécie de Las Vegas brasileira.
A aprovação da lei municipal deu vantagem a Olímpia, reacendendo o interesse de grupos chineses na cidade.
A aposta somada a outros projetos, como a construção já em andamento de um centro de convenções, que deve consolidar o turismo de eventos na cidade, faz a prefeitura projetar 1 milhão de passageiros por ano no novo aeroporto, que terá investimento inicial de R$ 500 milhões.
O aeroporto será construído em uma área de 200 hectares, a 20 km do centro da cidade, com pista de 2.100 metros de extensão por 45 de largura, preparada para receber aeronaves de grande porte, incluindo cargueiros. A implantação, administração e operação ficarão a cargo da Infraero.
A Secretaria de Aviação Civil deu sinal verde para a construção do aeroporto, mas as licenças ambientais —concedidas pelo governo estadual— ainda não saíram.
Com Stéfanie Rigamonti