Governo Trump ordena retirada de 2.000 soldados enviados para conter protestos em Los Angeles

14 horas atrás 3

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou a retirada de 2.000 soldados da Guarda Nacional que foram enviados a Los Angeles para proteger propriedades e pessoal federal durante uma série de protestos no mês passado, informou o Pentágono nesta terça.

"Graças às nossas tropas que se mobilizaram para atender ao chamado, a ilegalidade em Los Angeles está diminuindo", disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell. "Dessa forma, o secretário ordenou a liberação de 2.000 membros da Guarda Nacional da Califórnia da missão de proteção federal", acrescentou.

Mesmo após a retirada desses militares, cerca de 2.000 soldados devem permanecer na cidade, além de cerca de 700 fuzileiros navais.

Com as tropas acionadas, o número de prisões feitas pelo Departamento de Segurança Interna em Los Angeles aumentou no último mês. Desde o início de junho, agentes prenderam quase 2.800 imigrantes sem documentos na região, segundo a agência.

O recorde mensal anterior de prisões relacionadas a imigrantes no mesmo território, pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), foi de pouco mais de 850 prisões em maio deste ano, de acordo com dados obtidos por meio de uma ação judicial com base na Lei de Liberdade de Informação movida pelo Projeto de Dados de Deportação da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Após as grandes manifestações e suas respectivas repressões por parte do governo Trump, o movimento de protesto na cidade não perdeu força —ao contrário, se reconfigurou em uma mobilização mais organizada e contínua, segundo seus líderes. Ativistas e voluntários passaram a monitorar operações do ICE, distribuir panfletos informativos e organizar oficinas sobre direitos civis. Uma greve geral foi marcada para agosto, e diversos moradores que antes não participavam das ações começaram a se envolver, afirmam líderes locais e organizações como a Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes (CHIRLA).

Enquanto o ICE manteve suas operações, inclusive após o envio das tropas por Trump, grupos de defesa dos imigrantes entraram com ação judicial contra o Departamento de Segurança Interna, afirmando ter havido violações constitucionais e denunciando detenções em instalações sem estrutura mínima e sem acesso a advogados.

Lá Fora

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

Além da mobilização nas ruas, o movimento também alcançou meios digitais diversos. Veículos como a publicação LA Taco, antes voltada à gastronomia local, passaram a priorizar conteúdo sobre imigração nas redes sociais. Criadores de conteúdo como Jared Muros, influenciador de moda e entretenimento, migraram para uma cobertura em vídeo das ações do ICE. O movimento ganhou força entre filhos de imigrantes e moradores de bairros latinos, refletindo uma mudança mais ampla na forma como a comunidade reage às políticas migratórias federais.

O vereador Hugo Soto-Martínez, um dos líderes dos movimentos contra as políticas migratórias de Trump, afirmou ao jornal The Washington Post que o pensamento por trás dos protestos precisou se atualizar. "Quais são os valores que estamos liderando? Qual é a mensagem central que estamos tentando promover? Quais são as nossas demandas?", os líderes se perguntaram. "Estamos nisso por pelo menos mais três anos e meio", afirmou, em referência ao período previsto da Presidência do republicano.

Read Entire Article