Jornal divulga suposta carta de Trump para Jeffrey Epstein com tom sugestivo e desenho de mulher nua

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Uma carta atribuída a Donald Trump, incluída em um álbum de aniversário organizado para Jeffrey Epstein em 2003, foi revelada nesta quarta-feira (17) pelo Wall Street Journal. O material, que contém um desenho de uma mulher nua e mensagens sugestivas, integra documentos relacionados às investigações sobre o financista e sua rede de contatos.

O bilhete faz parte de um álbum comemorativo organizado por Ghislaine Maxwell, então braço direito de Epstein, condenado por abuso sexual de menores e encontrado morto na prisão em 2019. O caderno reúne mensagens manuscritas, desenhos, colagens e fotos de amigos e conhecidos do financista.

Segundo o jornal, a página atribuída a Trump exibe um esboço feito com marcador preto, retratando o corpo de uma mulher nua, com destaque para os seios. Na região pubiana, aparece a assinatura "Donald". O texto simula um diálogo entre Trump e Epstein, como publicado na íntegra pelo veículo:


Narração: Deve haver mais para a vida do que ter tudo.

Donald: Sim, há, mas não vou te dizer o que é.

Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.

Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey.

Jeffrey: Sim, temos, pensando bem.

Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já percebeu?

Jeffrey: Aliás, ficou claro para mim da última vez que te vi.

Trump: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário —e que cada dia seja um segredo maravilhoso.


O presidente negou ser o autor do conteúdo em entrevista ao jornal. "Não sou eu. É uma coisa falsa. É uma história falsa do Wall Street Journal", disse ele. "Nunca escrevi um desenho na minha vida. Não desenho mulheres", acrescentou. "Não é a minha linguagem. Não são as minhas palavras." O presidente ainda ameaçou processar o jornal caso este publicasse o material: "Vou processar o Wall Street Journal como processei todo mundo", afirmou.

A carta, segundo pessoas que viram os documentos, foi incluída em materiais arquivados pelo Departamento de Justiça dos EUA durante investigações sobre Epstein e Maxwell. Não se sabe se o material está entre os arquivos atualmente sob revisão por autoridades americanas após pedidos de aliados republicanos por mais transparência sobre o caso.

O álbum com mais de cem páginas traz outras colaborações de figuras públicas. O bilionário Leslie Wexner, ex-cliente de serviços financeiros de Epstein e ex-CEO da marca Victoria's Secret, teria escrito uma mensagem acompanhada por um desenho de seios. "Eu queria te dar o que você queria... então aqui está..."

Já o advogado Alan Dershowitz, que representou Epstein, teria contribuído com uma capa fictícia e irônica da revista "Vanity Unfair" —nome modificado em alusão à revista de cultura Vanity Fair— com manchetes falsas como "Quem foi Jack, o Estripador? Foi Jeffrey Epstein?". Segundo o jornal, na carta, ele brincou dizendo que havia convencido a revista a mudar o foco de um artigo de Epstein para Bill Clinton.

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Também há no material poemas, boletins escolares, cartas de ex-assistentes e ex-namoradas. Uma ex-funcionária escreveu um acróstico utilizando as iniciais de Epstein e tecendo elogios: "Jeffrey, oh Jeffrey! / Todos te amam! / Diversão ao sol! / Diversão só por diversão! / Lembre-se... não me esqueça tão cedo! / Epstein... você é demais! / Você é o melhor!"

A divulgação da carta ocorre em meio a pressão pública sobre Trump para a divulgação completa dos arquivos do caso Epstein. Grupos republicanos exigem que o Departamento de Justiça esclareça o conteúdo dos documentos e identifique possíveis envolvidos que ainda não teriam sido expostos publicamente. O FBI e o Departamento de Justiça não comentaram se a carta atribuída a Trump está incluída na atual revisão.

O presidente contrariou seus apoiadores, que pressionam pela publicação. Na rede Truth Social, Trump disse que o caso Epstein, obsessão da base trumpista há anos, é uma fraude inventada pelo Partido Democrata e que quem acredita nela é um ex-apoiador.

"Essas fraudes e farsas são a única coisa na qual os democratas são bons", escreveu. "Eles não sabem governar, não tem boas políticas, não sabem escolher candidatos que vencem. O novo golpe deles é o que para sempre chamaremos de farsa Jeffrey Epstein, e meus ex-apoiadores mergulharam de cabeça nessa bobagem."

Epstein foi acusado pela primeira vez em 2006 por abuso sexual. Foi preso novamente em 2019 por tráfico de menores e morreu na prisão de Nova York. As autoridades afirmam que ele cometeu suicídio. Ghislaine Maxwell foi condenada em 2021 por recrutar adolescentes para o esquema de exploração sexual.

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