O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (5) que as nações emergentes precisam defender as regras do comércio internacional diante do ressurgimento de medidas protecionistas.
"Cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional", disse Lula, durante um fórum empresarial organizado no âmbito da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. "O Brics segue como fiador de um futuro promissor".
Lula não citou em nenhum momento os Estados Unidos ou o presidente Donald Trump, que aplicou tarifas unilaterais contra praticamente todos os sócios comerciais dos americanos.
Lula destacou ainda que os países do Brics possuem "inúmeras complementaridades econômicas". Ele voltou ainda a defender uma regulação multilateral para a Inteligência Artificial.
"A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral", disse Lula.
Em um discurso na sexta (4), durante reunião do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como banco do Brics, Lula tinha criticado medidas de austeridade e dito que elas não deram certo em nenhum lugar do mundo.
Na ocasião, o petista também defendeu "uma nova moeda de comércio" internacional, acenando a uma agenda de desdolarização que sofre forte resistência no Brics e já foi alvo de ameaças de Trump.