Em reunião no Palácio do Planalto nesta quarta (16), os CEOs de bancos públicos receberam cobrança do presidente para a redução do custo do crédito, que compromete financiamentos imobiliários e o consignado.
Diante de um cenário de juros elevados, sem sinal de cortes pelo Copom, do Banco Central, Lula pediu saídas para os executivos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e BNB.
Segundo assessores, o mandatário quer destravar o crédito mirando as eleições presidenciais no próximo ano.
Dados do Banco Central mostram que o Indicador de Custo de Crédito (ICC), que mede o custo médio de toda a carteira do Sistema Financeiro Nacional, ficou em 22,9% em maio (dado mais recente), com alta de 1,1% no acumulado em doze meses.
A taxa média de juros para pessoas físicas em maio atingiu o patamar médio de 58,2% no crédito livre e 24,3% para as empresas.
Além de destravar o crédito habitacional, o presidente mira impulso ao empréstimo consignado, especialmente o privado. Para isso, pretende marcar uma reunião só com presidentes de instituições privadas.
Para a equipe econômica, Lula pediu um plano B para contornar a queda da poupança, principal fonte de recursos para os financiamentos habitacionais.
Uma das ideias na mesa é permitir que os bancos possam liberar mais recursos caso consigam captar a juros mais baixos para aplicarem com taxas de mercado, que estão altas devido à Selic elevada. Hoje, a regra de exigibilidade de capital obriga as instituições a manterem mais recursos presos.
Com Stéfanie Rigamonti