Narges Mohammadi, Nobel da Paz iraniana, denuncia ameaças de morte do regime

1 dia atrás 5

A ativista de direitos humanos iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Nobel da Paz em 2023, recebeu ameaças de morte das autoridades do Irã, segundo o comitê do prêmio.

O presidente da entidade, Jorgen Watne Frydnes, informou nesta sexta-feira (11) que recebeu uma "ligação urgente" da ativista para contar que sua vida estava em perigo.

"A mensagem, em suas próprias palavras, foi: 'Fui ameaçada direta e indiretamente com a 'eliminação física' por agentes do regime'", afirmou ele em um comunicado.

Após passar grande parte da última década presa por sua luta a favor dos direitos humanos no país persa, Mohammadi está em liberdade provisória desde dezembro por razões médicas. Ela estava detida na penitenciária de Evin, em Teerã, e seus advogados temem que ela possa, a qualquer momento, ser enviada de volta à prisão —um dos locais atacados por Israel na guerra de 12 dias contra o Irã.

O Comitê Nobel se declarou "profundamente preocupado" com as intimidações contra Mohammadi e contra "todos os cidadãos iranianos com uma voz crítica" e fez um apelo para que as autoridades "protejam não apenas suas vidas, mas também sua liberdade de expressão".

Lá Fora

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

"As ameaças transmitidas a Mohammadi deixam claro que a segurança dela está em perigo, a menos que ela se comprometa a acabar com seu compromisso [com o ativismo]", acrescenta o texto.

A advogada da família da ativista iraniana e da Fundação Narges Mohammadi, Chirinne Ardakani, confirmou as ameaças à agência de notícias AFP.

Mohammadi é perseguida há 30 anos pelo regime iraniano por seu ativismo, iniciado quando ela ingressou na universidade, e por artigos escritos em favor dos direitos das mulheres no país.

Em março, ela voltou a questionar o Irã e disse que as mulheres derrubarão o regime islâmico estabelecido após a revolução de 1979. "As mulheres se levantaram contra a república islâmica de tal maneira que o regime já não tem poder para reprimi-las", afirmou em uma mensagem em vídeo, em farsi, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

Mohammadi já foi presa 13 vezes pelas forças estatais e condenada cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas. Mesmo detida, foi uma ativa apoiadora das manifestações "Mulheres, Vida, Liberdade", de 2022 e 2023, lideradas por mulheres em reação à morte de Mahsa Amini —ela morreu sob custódia da polícia moral iraniana depois de ter sido detida por suposto uso incorreto do véu islâmico.

A prisão mais recente ocorreu em 2021, e a ativista foi liberada provisoriamente em dezembro. Em 2023, ela venceu o Nobel "por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e a promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos". Seus filhos receberam o prêmio em seu nome, já que naquele momento ela também estava na prisão.

Read Entire Article