Operação policial em sede do partido de Le Pen impõe revés à ultradireita na França

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A polícia francesa realizou nesta quarta-feira (9) uma operação na sede da Reunião Nacional (RN), partido da ultradireita francesa à qual pertencem Marine Le Pen e Jordan Bardella, dois fortes pré-candidatos à eleição presidencial de 2027. Trata-se de uma investigação por financiamento ilícito de campanhas eleitorais.

Bardella, 29, que é presidente do partido, denunciou a operação como uma perseguição à RN. "Nunca um partido de oposição sofreu uma sanha tão grande", declarou em Estrasburgo, no leste da França, sede do Parlamento Europeu.

O partido é acusado de financiar campanhas com empréstimos irregulares —na França, só são permitidas doações de pessoas físicas, de até cerca de R$ 50 mil por ano— e de superfaturar notas de prestação de serviços para obter reembolso indevido de despesas de campanha.

A operação foi acompanhada por um advogado de defesa. Policiais também foram a sedes de empresas e residências dos empresários suspeitos.

Marine Le Pen, 56, sofreu outro revés na Justiça nesta quarta. A Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou pedido da deputada para suspender sua condenação por inelegibilidade, em outro processo. Segundo o tribunal, com sede em Estrasburgo, não ficou comprovado "risco iminente de dano irreparável a um direito protegido pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos".

Em março, deputados europeus da RN foram condenados por desvio de verbas destinadas a assessores no Parlamento Europeu. As penas incluem prisão domiciliar, multa e inelegibilidade.

Le Pen foi uma das condenadas. Assim como outros deputados, está recorrendo. Caso seu recurso, que deve ser julgado no ano que vem, não tenha êxito, ficará inelegível por cinco anos, abrindo caminho para a candidatura presidencial de Bardella, seu pupilo e concorrente dentro do partido.

Lá Fora

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Nos últimos anos, a Justiça francesa puniu diversos políticos importantes. Em dezembro, o ex-presidente Nicolas Sarkozy foi condenado a um ano de prisão domiciliar, por tráfico de influência —manobrou nos bastidores para que sua agenda não fosse juntada a dois processos que o envolviam. Sarkozy usou tornozeleira eletrônica de fevereiro a maio, quando obteve liberdade condicional.

Em junho, François Fillon, que foi primeiro-ministro durante todo o governo Sarkozy, foi condenado a quatro anos de prisão, com suspensão condicional, por um emprego fictício atribuído à esposa.

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