O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu nesta terça-feira (15) que vê uma "caça às bruxas" no julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Brasil.
Respondendo a jornalistas ao deixar a Casa Branca, Trump perguntou se Bolsonaro iria a julgamento agora e quando começaria, adicionando o comentário: "Ele ainda não foi condenado, certo?".
Em seguida, o presidente afirmou que Bolsonaro é um "bom homem" e que ele não é desonesto.
"Eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria acontecer. Ele não é meu amigo. É alguém que conheço. E o conheço como representante de milhões de pessoas, brasileiros", disse Trump.
"Ele lutou por eles e agora querem colocá-lo na prisão. Acredito que é uma caça às bruxas e não deveria acontecer. Ninguém está feliz com o que está acontecendo no Brasil porque Bolsonaro foi um presidente respeitado", completou o presidente americano.
Esta é a segunda vez que Trump fala sobre Bolsonaro, além das declarações que deu nas redes sociais.
O republicano anunciou na semana passada a sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto em carta na qual criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e saiu em defesa de Bolsonaro.
Trump abre a carta mencionando seu relacionamento com Bolsonaro, a quem chama de "líder altamente respeitado". Ele critica o julgamento do ex-presidente pelo STF no caso da trama golpista classificando-o como uma "caça às bruxas" e "vergonha internacional".
Trump também acusa o STF de violar a liberdade de expressão, citando ordens de censura "secretas e ilegais" contra redes sociais americanas.
O Supremo, principalmente com decisões do ministro Alexandre de Moraes, ordenou nos últimos anos a remoção de conteúdos e perfis acusados de disseminar fake news sobre o sistema eleitoral e atacar a democracia. Algumas dessas ordens envolveram empresas como X (ex-Twitter), YouTube e Meta.
A principal medida anunciada por Trump é a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos a partir de 1º de agosto de 2025. A medida é apresentada como resposta ao que classificou como injustiças comerciais praticadas pelo Brasil.