Trump e chefe da UE se encontram neste domingo para evitar guerra comercial

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajou à Escócia neste sábado (26) para uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve selar na tarde deste domingo (27) um acordo que evitaria tarifas de 30% e uma consequente retaliação da União Europeia.

Autoridades da UE afirmaram que os dois lados estão próximos do acordo, enquanto Trump disse nesta sexta (25) que há 50% de chance de o "maior acordo de todos" acontecer.

Um impasse poderia ser desastroso para ambas as economias. Combinando bens, serviços e investimentos, a UE e os EUA são os maiores parceiros comerciais um do outro. A Câmara de Comércio Americana em Bruxelas alertou em março que qualquer conflito colocaria em risco US$ 9,5 trilhões (R$ 53 trilhões) em negócios.

Os negociadores da UE e dos EUA, em conversas intensas nos últimos dias, trabalham para estabelecer tarifas de cerca de 15% na maioria das importações americanas da UE, espelhando um acerto firmado com o Japão nesta semana.

As negociações entre o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e autoridades da UE continuaram até tarde da noite deste sábado enquanto discutiam sobre os detalhes finais sobre o nível de tarifas que se aplicariam ao aço, automóveis e e produtos farmacêuticos da UE, segundo o Financial Times. Segundo os relatos, as conversas foram agressivas em alguns momentos.

Lutnick e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, permaneceram em Washington neste sábado, mas devem chegar na manhã deste domingo ao luxuoso resort de golfe Turnberry, na costa sudoeste da Escócia, para finalizar algum acordo.

Trump ameaçou impor tarifas de 30% sobre todas as exportações da UE para os EUA se nenhum acordo for alcançado até 1º de agosto. A sobretaxa se somaria às tarifas de 25% sobre carros e autopeças e outras de 50% sobre aço e alumínio já em vigor.

Trump também iniciou investigações que poderiam levar a tarifas sobre chips, produtos farmacêuticos e peças aeroespaciais. Na noite desta sexta, Trump disse a jornalistas que estava ansioso para se reunir com von der Leyen, chamando-a de líder "altamente respeitada".

Um número crescente de Estados-membros da UE está pedindo que Bruxelas acione tarifas retaliatórias já preparadas sobre quase 100 bilhões de euros (R$ 643 bilhões) de produtos americanos se as negociações fracassarem.

Os dois lados, com uma relação comercial de 1,6 trilhão de euros (R$ 10,5 trilhões) em 2023, têm negociado um acordo por quase quatro meses. Durante esse período, os EUA têm cobrado um adicional de 10% sobre produtos da UE, além de 25% sobre carros e 50% sobre aço e alumínio.

A UE foi um alvo frequente da crescente retórica de Trump contra os principais parceiros comerciais e aliados, com o presidente acusando o bloco de "roubar" os EUA.

Quando Trump chegou à Escócia, onde também está jogando golfe e se reunindo com autoridades britânicas, o presidente dos EUA disse que havia cerca de 20 pontos de discordância a serem acordados com a UE. O bloco "quer muito fazer um acordo", acrescentou.

Embaixadores dos Estados-membros da UE devem se reunir na manhã de domingo para receber uma atualização sobre as negociações. Eles também precisarão aprovar qualquer possível acordo firmado por Trump e von der Leyen, segundo funcionários da UE.

Se houver um acordo, Bruxelas suspenderá a implementação de tarifas de até 30% sobre 93 bilhões de euros em importações americanas a partir de 7 de agosto.

Caso contrário, alguns Estados-membros estão pressionando a Comissão a buscar aprovação para acionar sua arma comercial mais potente, o instrumento anticoerção, no início da próxima semana.

Nunca antes utilizado, o primeiro estágio exigiria que Bruxelas determinasse que houve coerção. Se o fizer, uma maioria ponderada dos Estados-membros poderia então aprovar uma ampla gama de medidas retaliatórias.

Autoridades disseram que as medidas poderiam incluir taxas sobre receitas de publicidade digital que afetariam empresas de tecnologia, e a exclusão de empresas americanas de licitações públicas.

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